Cipó de São João: para quê serve?
O cipó de São João é uma videira perene tropical nativa da América do Sul e Central. Embora seja muito popular como planta ornamental em muitos países ao redor do mundo, suas propriedades como uma erva ainda são pouco conhecidas. Ela é comumente usada na medicina tradicional do Brasil para o tratamento de infecções do sistema respiratório, como resfriados, gripes e bronquites, queixas estomacais e doenças de pele, e o chá feito de folhas e flores é consumido como tônico geral.
Esta planta também tem muitos nomes usados localmente, tais como Cipó de São João, Cipó Caititu, Cipó Tinga e Dedo de Moça. A Pyrostegia venusta é às vezes ainda chamada de Pyrostegia ignea, e também tem muitas sinonímias botânicas fora de uso como Bignonia ignea, Bignonia tubulosa, Bignonia venusta, Jacaranda echinata, Pyrostegia amabilis, Pyrostegia dichotoma, Pyrostegia ornata, Tecoma venusta e mais.
Leia também
Usos culinários para o cipo de São João
Infusões feitas de folhas e flores de Pyrostegia venusta são uma daquelas infusões de ervas que tem um sabor único e saboroso. É um chá que causa uma sensação boa, e não é a toa que esse chá também é usado como antidepressivo. Não há muita diferença no uso de folhas e flores frescas ou secas. A exceção é que o chá das folhas secas é um pouco mais amargo do que o outro. Ainda assim, essa amargura é quase imperceptível, então este é um bom chá para todas as pessoas que não gostam de bebidas amargas.
Cipo de São João: para quê serve medicinalmente?
É difícil encontrar em qualquer lugar qualquer informação sobre o uso medicinal de Pyrostegia venusta de fontes científicas. Quase todas as informações sobre seu uso tradicional como uma erva medicinal são de pesquisadores brasileiros e mesmo assim, em pequeno volume. Além das flores e folhas, é dito que as raízes também contém substâncias benéficas para sua saúde, e a planta pode ajudar a tratar as seguintes condições.
- Infecções do sistema respiratório e doenças inflamatórias como tosse, constipação, gripe, bronquite
- Diarreia, disenteria e icterícia,
- Infecções e manchas brancas na pele, como erisipela, vitiligo e leucoderma (principalmente as flores)
- Infecções do trato genital e uterino em mulheres e recém-nascidos do sexo feminino
- Também é bebido como um tônico geral e usado como antidepressivo
- Diz-se tratar qualquer doença inflamatória
- Preparações de flores tem mostrado atenuar o vômito
As flores e folhas de Pyrostegia venusta são colhidas na primavera e no verão, e secas ao sol. As flores são descritas como doces no paladar e de natureza neutra (o que significa que não age nem aquecendo nem esfriando o corpo), mas folhas tem um sabor amargo, pouco áspero e neutro. Diz-se que umedece o pulmão para suprimir a tosse, limpando a garganta, e é usada para tuberculose, tosse persistente, dor inchada na garganta.
As ações medicinais desta erva são descritas como: antidiarreica, antioxidante, anti-inflamatória, antitumoral (melanoma), anti-helmíntico, antinociceptivo, antimicrobiano, antifúngico, imunomodulador e antidepressivo. Aumenta a contração das feridas e a resistência à tração, e o teor de hidroxiprolina, hexosamina e citocinas sugere sua utilização como agente vulnerável que estimula a melanogênese.
Composição do cipó de São João
Suas folhas contêm: flavonoides, sitosterol, rutina, n-hentriacontana, acacetina-7-O-D-glicopiranosídeo, mesoinositol, estigmasterol, alantoína, terpenos (amirina e ácido oleanólico), alcalóodes, taninos
Já as flores contém: mioinositol, alantoína, dotriacontano, ácido hexadecanoico, ácido linoleico, ácido oleico, tosilato de estigmasterilo, diazoprogesterona, arabipiranose, ácido propanpico, éster pentametildisilanílico, acetofenona, ácido trans-3-hexenodioico, éster (Z) -metílico do ácido 9-octadecenpico, aminoácidos, glicosídeos fenilpropanoides (verbascosídeo e isoverbascosídeo), luteína, b-caroteno, b-criptoxantina, violaxantina, zeaxantina, b-sitosterol, n-hentriacontano (n-C31H64), 7-ObD-glicopiranosilacacetina, D-mio-inositol, estigmasterol, b-amirina e ácido oleanólico
Casca do caule: lupeol, betulina, ácido betulínico e cloreto de colina
Raízes: alantoína, esteroides, hesperidina e 3-b-b-D-glicopiranosil, sitosterol, b-sitosterol
O extrato de flores de Pyrostegia venusta apresentou moderada atividade antimicrobiana contra: Bacillus subtilis, Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Micrococcus luteus, Enterobacter aerogenes, Salmonella typhi, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, Aspergillus niger e Candida tropicana.
Pesquisas mostraram que tanto os extratos de folhas quanto de flores de Pyrostegia venusta estimulam a melanogênese celular em concentrações muito baixas. Que apoiam o uso medicinal popular desta erva no tratamento de doenças de hipopigmentação, como vitiligo e leucoderma.
Os resultados de outro estudo sugerem que P. venusta pode ser um agente anticancerígeno útil contra melanomas epidérmicos e invasivos lentos (como o melanoma lentiginoso acral).
Você já tomou o chá de cipó de São João ou usou algum subproduto desta planta? Quais benefícios trouxe?
Sobre o autor
André fez parte de uma das primeiras equipes de Parkour no Brasil. Desde então, atuou junto de educadores físicos, nutricionistas, fisioterapeutas e profissionais da saúde para aperfeiçoar seus conhecimentos. Desde 2012, escreve dicas de saúde e exercícios físicos que aprendeu e continua aprendendo. Em 2019 tornou-se instrutor de Muay Thai e Kickboxing, compartilhando com seus alunos para ensinar tudo que aprendeu.
Veja também
Receitas de xaropes caseiros
5 chás para pedra no rim
Hibisco para o cabelo, é bom?
Chá de salsinha: para quê serve?
Aviso legal
O conteúdo deste site tem caráter apenas informativo. NÃO receitamos ou prescrevemos substâncias ou tratamentos. NUNCA faça tratamentos ou utilize substâncias sem a indicação de um médico especialista. Procure sempre orientação médica presencial antes de consumir ou utilizar qualquer produto ou substância terapêutica.